quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Mudanças

Olá...Pois é, tenho andado meio sumida, e antes de mais quero vos desejar um óptimo 2015, e que consigam concretizar todos os vossos objectivos.

Pois é, em Julho do ano passado, fiz A mudança da minha vida, deixei o país que sempre conheci e em que sempre morei, e em que alias vive a minha família mais próxima, Portugal, e emigrei, como tantos jovens do 'meu país', no entanto, vim para outro dos meus países, Cabo Verde...

A verdade, confesso, é que amo este país e sinto-o no sangue, sempre senti, mesmo antes de o conhecer, sempre adorei a música, a comida, o jeito de ser muito nosso e agora...
amo o calor, a cor, o facto das pessoas serem mais leves, de haver mais convívio, sinto-me de facto bastante integrada nesta sociedade, que me recebeu de braços abertos.
Contudo também vivo o reverso da moeda que é estar longe da família que ficou em Portugal, e mesmo da família extensa, pois estou numa ilha que não é a de origem dos meus familiares, e consequentemente só tenho o meu marido, e os laços que já fui criando. Anyway...sem dramas...

Lá está, a vida é recheada de decisões, de escolhas, a verdade é que umas são menos impactantes que outras, mas desde que nascemos até morrermos, ou até mesmo num dia normal, estamos sempre a fazer escolhas.



Por isso, pela volta que a minha vida deu, tenho andado mais distante, também, porque felizmente já consegui arranjar emprego e porque ainda tenho uma tese para terminar (bahh), mas prometo que tentarei estar mais presente.

Dificuldades que aqui encontrei??? Foram poucas..residem mais no aspecto linguístico, porque nunca falei língua caboverdiana de forma fluente, e agora tenho de o fazer diariamente, e claro, não poderia deixar de ser, o cabelo, por um lado vejo afros, como nunca tinha visto na vida, lindos e em nº tamanho!!! e sabe tão bem estar em África, porque sentimos que somos totalmente aceites, por outro, a demanda de produtos para o cabelo não é fácil por estas bandas..mas vai se contornando..há males muito piores, ou não??

A verdade é esta: Eu Escolhi morar em Cabo Verde, e não me arrependo!!

Despeço-me assim, sejam felizes...seja em que parte do mundo!! Boas festas, festa e festa!!

Afro Beijos

Transição, essa feia

Olá a todas, pois é, Há uns meses encontrei uma amiga que já estava em transição há 1 ano e meio e qual o meu espanto quando constatei que depois de tanto batalhar, voltou a desfrizar!!!

A verdade é que esta minha amiga sofreu alguma pressão por parte da entidade patronal e achou por bem ceder. De certa forma percebo, as vezes podes marcar a tua posição, mas quando se trata do nosso emprego, muitas das vezes não podes.
Eu tive sorte em Portugal quando adoptei o look afro não tive esse problema no trabalho.

Ora vejamos, esta é uma questão que pode gerar muita controvérsia é verdade, e confesso que no início quando comecei a transição era mais radicalista, mas para quê?
...a verdade é que não gosto nunca de ter posições extremadas, então a conclusão a que chego é esta, cada um faz o que entende com o seu cabelo, ponto.
 (Isto quer dizer exceptuando a questão das crianças...eu sei, nem toda a gente consegue lidar com um cabelo crespo tipo 4C, é díficil, mas custa-me mesmo muito ver criancinhas pequenas com o cabelo desfrisado/alisado, enfim...)


Chegando a este ponto, vou falar-vos da minha transição:

Pois é..porque é que eu entrei em transição??? Basicamente, porque estava farta de alisar o cabelo, farta de sentir o couro cabeludo a doer, farta de ter de depender sempre de alguém para cuidar do meu cabelo e também, a bem da verdade,  porque andava numa demanda e não encontrava uma boa profissional e com preços acessíveis.
Assim, comecei a pesquisar, primeiro, por palavras como cabelo crespo, afro... e foi a partir daí que cheguei a palavra transição e depois ao grupo Cacheadas e Crespas em Transição que era um dos poucos na altura em português (Abril de 2013).

A partir do momento que percebi aquilo que queria, nunca mais olhei para trás, fui passando pela descoberta do meu cabelo, por ver aqueles pequenos caracóis.

Ás tantas comecei a perceber que a transição realmente não era para mim, comecei a precaver a minha família e amigos e em Setembro de 2013, peguei numa tesoura e comecei a cortar o cabelo alisado, confesso que foi uma locura 'grande' e confesso que foi difícil, as vezes não sabia o que fazer ao meu cabelo por estar tão curto, e tinha saudades do meu cabelo pelo meio das costas, apesar de nunca o ter assumido muito claramente para ninguém a não ser agora.
Passado 1ano e 4meses de big chop, posso finalmente dizer que, não me arrependo..

Ainda estou num processo de conhecer o meu cabelo, de tentativa e erro, de perceber do que gosta e do que não gosta, ainda leio muito, apesar de já não ler tanto como no ínicio, meu Deus...nessa altura estava absolutamente obececada e a minha família, amigos e afins já não me podiam ouvir com a história do cabelo, mas cá estou eu, com um 'afro' cada vez mais poderoso...até onde ele quiser ir, cá estarei, é como digo, o meu cabelo tem vida própria e a verdade é que também sou algo perguiçosa.

Como ainda considero que está num tamanho, vá lá, que se pode denominar de médio-curto, não dá para apanhar e fazer o tal penteado tipo 'ananás' quando vou dormir, e também não me revejo a fazer twists durante 30min ou 1h para ter de desmanchar no dia a seguir, assim, os cuidados que tenho são dormir com uma almofada de cetim e...só!

Quanto a cuidados diários, lavo o cabelo a cada 2dias e a minha rotina capilar está centrada no co-wash, com umas hidratações e nutrições pelo meio.

Nos dias em que não lavo, é acordar de manhã, molhar, colocar um pouco de leave-in e ir a luta..

A mensagem final que vos deixo é amem-se inteiras e vão resplandecer...a verdade é que não há nada melhor do que gostarmos de nós próprias e podermos passar essa mensagem ao mundo e no fim usem o vosso cabelo como se sentirem melhor ou como as circunstâncias deixarem.

Beijinhos e Até a próxima!!!